July 22, 2019

CORDIALIDADE E EMPATIA COMO POLÍTICAS DE SEGURANÇA

 

19 de julho de 2017 Habilidade de relacionamento e confiança dos usuários determinam sucesso da aplicação de tecnologias, códigos de condutas e mecanismos de defesa

Para os familiarizados com gastronomia, não é preciso esperar o primeiro corte para confirmar o profissionalismo de um cozinheiro. Basta ver como protege seus dedos quando usa a faca. Seu treinamento em práticas de segurança faz parte do “core business” e isso é uma das caraterísticas que o diferencia de quem simplesmente cozinha bem. Em outras atividades, “risco digital” não tem um significado tão literal e nem sempre são tão óbvios os benefícios de proteger os clientes, o estabelecimento e a si mesmo. O caminho de aproximação entre especialistas de segurança da informação e usuários varia conforme o perfil e as prioridades (sigilo, reputação, compliance etc.) da organização, mas questionar e repensar algumas atitudes pode ser um bom começo.

Porque não” é normalmente a pior resposta, seja para filho, aluno ou estrategista de negócios. Principalmente no mercado de serviços, vemos hoje uma explosão de ofertas que foram disruptivas com costumes e muitas vezes estressam os limites de regulação (separar uma coisa da outra, o que são usos e costumes do que é realmente mandatório, por si só já é um desafio). Como efeito, os especialistas de áreas como jurídico ou controladoria, além da de segurança, das companhias tradicionais tiveram que assumir uma postura mais amigável à inovação. Há disciplinas que sempre terão uma essência conservadora. Contudo, hoje não basta ser forte; é preciso ser engenhoso para que a segurança seja um habilitador de negócios.
O Alienista, um conto de Machado de Assis em que um psiquiatra acaba internando toda a população e a si mesmo, tem vários motivos para se manter atual e de leitura obrigatória. Embora sanções, coerção e outros mecanismos negativos sejam muitas vezes inevitáveis, em praticamente todos os clientes vamos encontrar traços de comportamentos inseguros, que devem ser abordados de forma mais personalizada, realista e solidária. Encorajar o usuário a buscar orientação e conversar francamente permite que potenciais riscos sejam mitigados antes da auditoria ou do incidente.
Bring your own doubt deve ser outro significado do BYOD (traga seu próprio dispositivo), para evitar que remeta a “bring your own disaster”. À medida que end points pessoais, aplicações em SaaS, canais de comunicação e outras ferramentas adotadas de forma voluntarista fazem parte do dia a dia do trabalho, ajudar um funcionário a configurar seu smartphone ou as configurações de privacidade no browser é produtivo. Não precisa prestar suporte a instalação de games, mas reservar algum tempo e recurso para esse tipo de assistência pessoal pode ser muito valorizado pelo usuário, o que cria mais uma oportunidade de aproximação.
Tratamentos de choque podem ter resultados imediatos, mas funcionam para problemas pontuais e perdem a eficácia com mudança de contexto. Políticas extremamente restritivas, controles e outros instrumentos, sem um trabalho de comunicação e esclarecimento, acabam se apresentando como obstáculos. E, na concepção de alguns, obstáculo existe para ser contornado.
Proteção a crianças e jovens costuma ficar mais com a área de responsabilidade corporativa e pouco, ou nada, ocupa da agenda dos especialistas em segurança da informação. Perde-se uma grande oportunidade. Esse público pode não fazer transações financeiras ou acesso a sistemas empresariais, mas as vulnerabilidades a que estão sujeitos são profundamente relevantes às pessoas próximas. O que o coração sente, os olhos e ouvidos entendem e o cérebro memoriza. Ações dirigidas às famílias de colaboradores podem ser um bom estímulo para que busquem superar suas limitações técnicas e tenham uma atitude mais colaborativa com a segurança.
Para a polícia de Tóquio, ikebana foi a forma encontrada para cultivar a sutileza que caracteriza a imagem do profissional, assim como as expectativas e a confiança por parte da população. Seja qual for o contexto, lidar com crime, malícia e outras mazelas humanas exige marcialidade, sagacidade e uma certa dureza. Contudo, a força que intimida seus agressores deve também ser uma referência de acolhimento e amparo para seus concidadãos.

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